Em um mundo que nos desafia constantemente a sermos mais, a fazer mais, a ultrapassar nossos próprios limites, às vezes é fácil confundir “dar o seu melhor” com o ato de dar conta de tudo.
Quantas vezes você já se esgotou tentando fazer tudo e agradar a todos? Quantas vezes se esqueceu de suas próprias necessidades em nome de objetivos externos?
A busca por dar o nosso melhor muitas vezes nos leva a pensar que precisamos fazer tudo e mais um pouco. A verdade é que dar o seu melhor vai muito além de uma corrida sem fim para cumprir todas as tarefas e superar todos os obstáculos. É sobre ser realista consigo mesmo e reconhecer que todos temos limites.
Não que buscar a excelência, ter comprometimento e dedicação seja algo ruim, ao contrário. A questão aqui é repensar no que é esse “dar o seu melhor”, será que é ter que dar conta de tudo? Ultrapassar seus limites? Se sobrecarregar de atividades? Negligenciar seu autocuidado? Esquecer de si mesmo em busca da aprovação e reconhecimento externo?
Pode ser um problema quando leva a um desequilíbrio significativo em sua vida e tem impactos negativos em sua saúde física, mental, emocional ou em seus relacionamentos.
Um conjunto de pensamentos e crenças podem contribuir para esse padrão de comportamento:
- Perfeccionismo: se esforçar para alcançar altos padrões, muitas vezes inatingíveis, e não aceitar nada menos do que a perfeição.
- Necessidade de aprovação: Pensar que seu valor está ligado à aprovação dos outros, levando à busca incessante por reconhecimento e validação externa.
- Autoexigência: “Devo ser o melhor em tudo.” Estabelecer altos padrões para si mesmo com metas irrealistas e se criticar severamente quando não consegue alcançá-los, levando a uma autoexigência excessiva.
- Comparação: Comparar constantemente seu próprio desempenho ao de outras pessoas, levando a sentimentos de inadequação.
- Falta de limites: “Não posso dizer não.” “Não quero desapontar ninguém.” Dificuldade em recusar pedidos ou compromissos, mesmo quando estão sobrecarregadas. Aceitando mais tarefas e compromissos do que pode lidar.
- Medo do Fracasso: “Se eu falhar, serei um fracasso.” Medo intenso de falhar e, portanto, trabalhar incansavelmente para evitar qualquer forma de fracasso.
- Falta de priorização: “Tudo é urgente.” Dificuldade em estabelecer prioridades e acaba se envolvendo em muitas tarefas simultaneamente, o que pode ser esgotador.
- Hiperfoco no trabalho: “Minha identidade está ligada ao meu desempenho no trabalho.” Tendência a se identificar fortemente com sua carreira e a colocar seu trabalho acima de tudo o mais.
- Negligência do autocuidado: “Não tenho tempo para mim mesmo.” Sentir culpa ou ansiedade quando se dedica tempo para si mesmos Coloca o autocuidado em segundo plano e negligenciar suas próprias necessidades de descanso, relaxamento e lazer.
E como lidar? Existem algumas formas e a priori é importante entender que isso irá se refletir em diferentes formas em cada pessoa. Por isso, caso perceba que é algo desafiador considere apoio psicológico. Na terapia o processo é individualizado conforme suas necessidades.
Pratique o autoconhecimento: Comece por se conhecer melhor. Identifique seus limites, necessidades e o que realmente é importante para você. Isso ajudará você a tomar decisões mais conscientes.
Estabeleça prioridades: Em vez de tentar fazer tudo, concentre-se nas tarefas e metas que são verdadeiramente essenciais. Isso permitirá que você direcione sua energia de maneira mais eficaz.
Aprenda a dizer “não”: Saiba quando é apropriado dizer “não” a compromissos, tarefas ou projetos que estão além de seus limites. Defina limites claros e comunique suas decisões com gentileza.
Defina metas realistas: Evite estabelecer metas inatingíveis. Em vez disso, defina objetivos que sejam desafiadores, mas alcançáveis, levando em consideração seus recursos e limitações.
Priorize o autocuidado: Reserve tempo para cuidar de sua saúde física e mental. Isso inclui sono adequado, alimentação saudável, exercício regular e práticas de relaxamento.
Peça ajuda: Não hesite em pedir ajuda quando necessário. Isso pode ser em termos de apoio emocional, compartilhamento de tarefas ou delegação de responsabilidades.
Dar o seu melhor é sobre encontrar harmonia entre seus objetivos e necessidades. É sobre aproveitar o caminho do que está construindo e não só o destino final, é sobre encontrar tempo para cuidar de si mesmo, reconhecer seus limites e respeitá-los. É sobre conhecer os seus valores e em meio a tantas responsabilidades saber direcionar energia para o que é importante, essencial.